sexta-feira, 5 de setembro de 2008

NA CADEIRA DO DENTISTA

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Você já dormiu na cadeira do dentista?
Uma tarde acordei com um amigo meu me balançando e dizendo:
"Aê! Acorda cara, 5 minutos pra fechar o grid!"
E eu, de macacão e tudo (já imaginou a figura do "Ursinho" de macacão dormindo sentado no fundo do box?), estava dormindo tranqüilão num ambiente mais aconchegante que a barriga da mãe, que é o box de um autódromo...
Ninguém compreende como eu conseguia dormir com tanto barulho e stress rolando em volta. Mas eu consigo. Eu estava exatamente na môsca do alvo, do local mais delicioso da Terra. Até aí, parece que dá pra gente discutir bastante sobre aquela situação. ...Mas, o que aconteceu comigo nesta segunda-feira 23/06/08 das 14:20 às 16:28h, foi algo que até agora procuro entender.
Saca só: Chovia bastante. Entrei no consultório do Guto para "fazer um canal" (pros outros ele é Dr. Carlos Augusto, mas para mim, que o vi nascer, ele será sempre meu sobrinho Guto!).

Tranqüilo até que eu estava, mesmo porque, eu já havia passado pela mesma operação com ele antes e me sentia seguro.
A coisa toda foi acontecendo naturalmente: secretária eficiente assessorando; sala branca super higienizada (quase transparente de tão limpa); aparelhos e equipamentos de última geração aguardando solenes o momento de entrarem em ação; Doutorzão paramentado; cadeira do dentista me aguardando, dizendo: "vem meu bem!"... Anestesia engatilhada. Babador engravatando meu pescocinho; mãos começando a congelar... Ops, congelar?!! Era o ar-condicionado que estava no máximo (ainda bem. Pensei que eu estivesse amarelando).
Eu acho, que todo dentista deveria ter uma plaquinha na entrada da sala, dizendo algo do tipo: AQUI DENTRO TIGRÃO VIRA GATINHO. Ou algo parecido...
Outro dia (em 1978), quando fui retirar o cabo de aço do braço pós-operação de fratura do braço (2 placas de aço + 4 parafusos até hoje), o médico que me havia operado (Dr. João Ayoub) perguntou já respondendo ao mesmo tempo: "Quer anestesia? Claro que não né, afinal você é homem!". Aí eu respondi a ele quase me mijando de medo: "Doutor: Aqui dentro eu não sou homem, não. Eu sou é PACIENTE" .
Não adiantou nada. Ele NÃO mandou aplicar a tal da anestesia, e ficou girando pra lá e pra cá aquele enorme alicate, enquanto puxava o cabo de aço (que ia do cotovelo quase ao pulso) de dentro do meu bracinho, remexendo minha carne e vasos, que já estavam se acostumando àquele metal intruso.
Que beleza! Fui virado ao avêsso à partir do braço. Ou pelo menos, foi isso que me parecia estar acontecendo (sob o olhar assutado da enfermeira).
Mas voltando ao consultório do Dr. Canal, digo, Dr. Guto. Aconteceu que durante a operação, diversas vezes meu dentista dizia: "Abre mais a boca". Era a maneira educada que ele encontrou de dizer : Hei! Tá querendo morder meu dedo, seu doido!! Eu voltava a mim meio envergonhado, e fingia que estava apenas "meditando", e não dormindo. E o mais intrigante, é que se eu somasse esses momentos, poderiam chegar a uns 30 minutos. Sem brincadeira. E agora, a que devo atribuir toda essa sonolência? Sensação de segurança? O Dr. C. Augusto, (desculpe, o Guto), realmente passa firmeza e segurança do ótimo profissional que é. Mas daí, a dormir na cadeira em plena operação de canal!...
To aguardando alguém me explicar.
Abraços a todos.