sábado, 23 de agosto de 2008

AUTOMOBILISMO. ESPORTE DE RICOS ??

brazil2031.blogspot.com/
Texto escrito em 2006 e postado no site do Tarso Marques, http://www.greenflag.esp.br/

Um dos bordões utilizados pelo atual prefeito do Rio de Janeiro e seu assessor da pasta de esportes, para justificar o desmantelamento do Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, é que uma praça de esportes deve atender a toda uma coletividade e não apenas a uma elite de ricos, pois segundo ele, o automobilismo é um esporte exclusivo dos economicamente mais favorecidos. É claro, que ele está apelando para a famosa manobra de massas, incentivando a população menos pensante a concordar com ele, que neste momento está se passando por um “defensor dos esportes para todos”.
Seria leviano da minha parte dizer que não existe uma parcela de praticantes de automobilismo que “não tem dinheiro”. Realmente, existem pessoas bem abastadas no meio automobilístico. Mas também é verdade, que em sua esmagadora maioria, os participantes de corridas são simples mortais “duros”, que
assistem das arquibancadas, não apenas torcendo, mas vivenciando dentro do possível, as emoções que só uma boa corrida proporciona. Também não devemos esquecer, que o automobilismo é feito de mecânicos, ajudantes de mecânicos, funileiros, pintores, adesivadores, bandeirinhas, vendedores ambulantes, faxineiros, seguranças, motoristas de socorro, enfermeiros, médicos, locutores, câmeras-men, “quebra-galhos”, cronometristas, amigos pobres de pilotos pobres que imploram por ajuda financeira e acabam nem fazendo uma temporada inteira (assim como eu)... Enfim, uma grande massa de gente formada por classe-média B e C, que tornam possíveis os espetáculos que ele, o César Maia, classifica como atividade de ricos.
Agora amigos, quando ouvirmos aquela frase-feita de que “Corridas são só para os Ricos”, vamos lembrar que quem faz o espetáculo, em sua maioria, é gente humilde, entre os quais, eu me encontro.

Abraços a todos.